segunda-feira, 31 de março de 2014

Dependência


 
 
 
 
 
 
 
 
Deambulando caminha

Para o desconhecido.

Coitado! Atordoado, cai!

Mergulhado na escuridão,

D’ entrega à substância.

Milagrosa, anestesiante.

Que lhe permite sair,

Estando no mesmo lugar,

Naquela cama gélida.

Naquelas roupas gastas

Pelo tempo esperado em vão.

Já deixou de esperar,

Já deixou de querer

Viver assim moribundo.

Só lhe resta desejar a morte,

Que o levará para lá de si.

Daquele corpo tóxico,

Dopado de ilusões.

Viver é um desequilíbrio…

Um acto de coragem latente.

Suplica que a dose seja

Aquela que… (finalmente)

O fará (re)nascer das cinzas!


 ©Cristina Gonçalves D' Camões (2014)

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