domingo, 18 de dezembro de 2011

Progne


Louca e estúpida
Andorinha sem rumo
Esgotas-te nesses caminhos
Que percorres sem nada ver
Vem comigo procurar-te
Imagina que o canto
Dos teus iguais
Preenche ingenuamente
Os trilhos onde navegaram
Encontra-te
Percorre-te
Busca lá a lucidez
Separa os iguais
Afasta a invídia
Das incrédulas que te observam
Ficam cegas de tanto
…E de nada…
Retidas e estagnadas
Coitadas?
Andorinha…anda vem
Outras paragens se avistarão
No Deus eterno poético
Encontrarás refúgio
Porque ele habita em ti
Nas tuas entranhas
Para lá do Marão
Eu sei que consegues
Vem…
Encontra-te
Celebra-te
Idolatre
Aquilo que eras…Progne?
Já não te sentes assim
Agora bates as asas e
Tornas-te eterna
E acima das demais…

Coitadas…invídia(s)!

Cristina Gonçalves D' Camões (2011)