domingo, 28 de agosto de 2011

LOUCURA?

Entra desenfreada em ti,
Tudo o que não esqueci
Utopias e novas quimeras.
Encontras o que esperas?
Pensamento, sombra e desatino...
Nem os Deuses fogem ao destino.

O tempo iludiu e calou,
E desespero profundo mostrou
Nas paredes ocultados,
Naquele hospício soterrados.
Ajuda! Pensam ser o fim...
Amanhã poderá ser o espelho de mim!

Dorme, louco, dorme,
(Cuidado: loucura enorme!)
As batas brancas chegaram?
Coitados, os estudiosos calaram,
Eles sentem-se loucos também.
Não é isto que o homem tem?

Deus que não o foi para todos,
Normalizou os modos.
Os pensamentos, a liberdade!
És louco desde a mocidade.
E tu, que apenas liberdade querias.
Confundido foste. Não merecias!

Quero ir busca-los,
Dessa ignóbil vida.
Mas nada posso fazer...
Que mais hei-de dizer?
Loucura que invejas a morte:

Morrer seria uma sorte!


Cristina Gonçalves D' Camões (2011)

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O Trovador














Ele canta, pobre e simples
Esconde em si um enredo
Canta, e dedilha-a
Tal como o canto da ave

Que arrepiada se esconde
Fugindo da outra parte de si
Engana-se, mas canta
Como se tivesse razões

Oh! Canta, louco!
O que em mim sinto
O que em ti vou pensando
Louco! Canta!

Cristina Gonçalves D' Camões (2011)