segunda-feira, 7 de outubro de 2013

(In)Verdade












Primórdios do caminho do amor..
Encontro dos trilhos do (Des)amor
Verdade incontestável a saber
Da mentira para esquecer

Quem mente deveras sente?
D'Alma tão claramente
Aquilo que não te quis contar
Aos ouvidos para te falar

Que quem ama  meu amor
Fica sem alma nem esplendor
Esdrúxulas as palavras então
Funestamente... mentirão!



Cristina Gonçalves D' Camões (2013)

terça-feira, 1 de outubro de 2013

A Menina Panteísta do Ser

O amor tem o poder de transformar ou destruir.

Tem o poder de nos alterar, de nos fazer pensar, sentir e agir de maneira diferente da que estamos habituados. Mas porquê?


Aquela menina deusa da natureza, das corridas pelo milho, dos grilos apanhados e soltos ao fim da tarde ( porque ninguém gosta de estar preso numa gaiola minúscula).
Andava ela pelo campo, tal qual justiceira da defesa dos animais, dos lagartos que subiam os muros, dos pássaros que por vezes caíam dos ninhos e que ela arriscava coloca-los junto da mãe, mesmo esfarrapando os joelhos quando descia das árvores.
Aquela menina encontra-se na natureza, era ali a sua casa, no meio das plantas, no monte, nos campos. Conversava com elas e todas a conheciam, veneravam-na quando ela passava sorrateiramente, para não assustar os pássaros e os gatos que se estendiam ao sol naquelas manhãs de primavera.
Aquela menina só queria ser livre de pensamento, só queria encontrar-se, só queria que o mundo fosse assim para sempre: perfeito!

Todos os dias eram dias de amoras, de uvas apanhadas sem ninguém ver, dos muros cavalgados sem parar, dos mistérios das cabanas largadas no meio do nada e que ela aproveitava para imaginar ser dona do mundo.


Nem ela sabia que a sua política era panteísta do ser, na imensidão da natureza e de Deus, perfeito, singelo, simples e profundo. Nada do que aprendia na escola e na igreja dos dogmas lhe fazia sentido. Esse Deus...da igreja ela não queria para companhia, o chato, o mau, o que elegia o pecado, o que julgava as pessoas, o que denunciava os meninos que roubavam as uvas para comer, o que deixava crianças morrerem de fome, o que deixava existir a injustiça no mundo, o que não existia quando os meninos não tinham livros na escola. Não! Ela não conseguia gostar de um Deus que só existia para alguns. Foi então que descobriu que Deus é e está na natureza, nos animais e dentro de cada um dos seres que compõem o mundo real e imaginário. Ela adorava cantar os sentimentos, cantar as plantas, cantar os trilhos abertos de tanto passar, de cantar os seus amigos animais que a entendiam, que a faziam sentir-se amada.  Ela escrevia, sentia o mundo tal como ele era, verdadeiro? A verdade do sentir era a  sua linguagem e nunca a deixara ficar mal, pois desde muito cedo descobriu que a essência das coisas está no sentir, na poesia, nas palavras, na música e no pensamento. 


Cristina Gonçalves D' Camões (2013)